ShareThis

06 dezembro 2012

Resenha (Filme's): Jerry Maguire - A grande virada (EUA - 1996)



Filme: Jarry Miguire - A grande virada (EUA - 1996)
Diretor: Cameron Crowe
Estúdio / Produtora: Sony Pictures, TriStar Pictures, Gracie Films

Sou suspeito pra falar de Cameron Crowe, uma vez que ele dirigiu três filmes que certamente estão na lista dos meus, sei lá, 30 filmes prediletos. Principalmente o filme Quase Famosos (EUA - 2000), que eu tive o imenso prazer de resenhar a umas semanas atrás. Mas até chegar o Quase Famosos, Crowe teve que caminhar alguns anos dirigindo filmes. E o primeiro filme ao qual ele se destacou para grande indústria Hollywoodiana foi exatamente este que hoje resenho.

Apesar dele ser um diretor competente e preciso, a coisa que mais me encanta nos filmes dele certamente é o roteiro. Muito bem escritos, cheios de referências a cultura pop, realmente os filmes dele tem muita substância. Então, para mim, ele se tornou daqueles diretores que, mesmo às vezes dirigindo um filme mais ou menos, eu sempre vou ser propenso a gostar dele.

Jarry Miguire (Tom Cruise) é um daqueles empresários de grandes astros do esporte. Ele trabalha em uma empresa onde tem uma carta com vários clientes famosos. Ele (Jarry) é um cara jovem e um dos principais na empresa. Um dia ele escreve um pequeno memorando sobre a importância de haver um contato mais pessoal com os clientes, humanizando e individualizando o cliente, e não apenas os tratando como meros produtos. A empresa obviamente não gosta nada da ideia e o demite. Ele sai da empresa com uma mão na frente e outra atrás. E apenas uma pessoa, no caso uma secretária, (interpretada por uma Renée Zellweger em começo de carreira) gosta do que ele escreve, pede demissão e o segue.

E o mesmo tem que começar tudo de novo, do zero. Na verdade nem tão do zero assim, pois lhe sobra apenas um único cliente, e exatamente um cliente ao qual ele nunca acreditou muito. E este cliente é um jogador de futebol americano, que por conta de seu temperamento difícil (Cuba Gooding Jr. em excelente interpretação), nunca consegue cair nas graças de bons patrocinadores. Então meio que eles só tem um ao outro.

E daí começa uma caminhada muito interessante entre estes personagens. Uma história muito bem contada, daqueles filmes que delicia o telespectador. É destes que você assiste 200 vezes na sessão da tarde e nunca enjoa.

Apesar do filme ser antigo, só fui parar pra vê-lo agora a umas semanas atrás. É o diretor Cameron Crowe em sua melhor forma, querendo mostrar ao mundo (e a indústria) à que veio. Então, se assim como eu, você é um destes vinte e poucos indivíduos em todo planeta que ainda não viu esse filme, veja-o o quanto antes! Um filme que certamente vai fazer você repensar seus conceitos de amor e amizade.

Assista no vídeo abaixo o trailer do filme Jarry Miguire, a grande virada:


05 dezembro 2012

Resenha (Filme's): O cheiro do ralo (Brasil - 2006)


Filme: O cheiro do ralo (Brasil - 2006)
Diretor: Selton Mello

Sabe aquela sessãozinha caseira de cinema que eu falei pra vocês no comecinho da resenha anterior? Pois é, este filme que agora vos resenho foi o segundo filme visto naquela madrugada de sábado pra domingo. Fazia tempo que eu tinha curiosidade nesse filme, e achei massa a turma ter escolhido ele.

Então vamos lá... Mesmo que, ao final do filme eu tenha sido o único da turma que não gostou (boa parte desta postura só pra implicar e gerar discussão acalorada... réu confesso!), eu na verdade gostei. Na hora você fica meio assim "Será que eu entendi?" "Que louco!" essas coisas... Mas depois fui ruminando o filme na minha mente e percebi que na verdade gostei.

Selton Mello, que dirige e atua no filme, criou um personagem muito interessante. Um dono de loja de penhores. Não sei se você já foi em uma loja de penhor, ou em qualquer outra loja que que compra coisas usadas. Mas realmente, o perfil dos donos dessas lojas, se for definir em uma palavra, seria mercenário! Lógico... O lucro dele está exatamente nisso, em comprar uma coisa por um preço muito baixo e vender por um preço razoável para ter uma consistente margem de lucro.

E esse personagem de Selton consegue, de fato, encarnar perfeitamente a alma de um cara desses. Só que ele vai mais além, pois além de mercenário, o cara ainda é meio louco! Meio nada... O cara é doido mesmo, sem noção!

A estética do filme (fotografia e figurino) também está primoroso. Pegando um pouco daqueles cenários e submundos decadentes dos centros das grandes capitais. E realmente, os centros das capitais brasileiras são um verdadeiro chama para pessoas estranhas.

Gostei do filme mais pelo Selton Mello (e por tudo que ele ralou pra peitar o projeto desse filme) do que pelo filme em si. O filme tem, de fato, meu profundo respeito. Porém ele não me cativou. Não me seduziu. Para mim é um amontoado de vários personagens interessantíssimos, com uma potencialidade medonha. Porém, pouco explorados por conta da história (leia-se roteiro) não conseguir, sei lá, deslanchar. O filme tem ótimos momentos. Diálogos memoráveis. Mas o filme (leia-se roteiro) como um todo, por muitas vezes se perde. E a gente fica meio que a ver navios. Pelo menos eu me senti assim quando o filme acabou. Fiquei pensando: "Sim, e aí?"

Mas, contudo, todavia, pelo menos me mostrou a grande potencialidade de Selton Mello como diretor. E realmente no Brasil vários filmes também tem ótimas idéias, uma intenção muito massa, mas o roteiro não consegue abarcar a alma da coisa, e isso acaba afetando no desempenho do filme em si.

Mas certamente, neste quesito, anos depois o mesmo Selton Mello conseguiu acertar a mão no seu excelente filme O Palhaço (2011).

Mas isto já é uma outra resenha!

Assista no vídeo abaixo o trailer do filme O cheiro do ralo:

Resenha (Filme's): A lula e a baleia (EUA - 2005)


Filme: A lula e a baleia (EUA - 2005)
Diretor: Noah Baumbach
Estúdio / Produtora: Original Media, Ambush Entertainment, Destination Films

Tenho muitos grupos de amigos cinéfilos. Uns promovem sessões de ir uma multidão pro cinema. E outros fazem algo mais intimista. Do tipo que pega um data show, liga o computador nele e coloca o catálogo da Netflix pra gente escolher o filme e passar a madrugada a dentro comendo bobagens, vendo filme e se divertindo.

E foi numa destas sessões que, com um grupo sofisticado, foi escolhido esse filme que, até então, eu nunca tinha ouvido falar! E foi uma surpresa agradável.

Trata-se de um filme do circuito alternativo americano. Um drama familiar. Então haja energético pra driblar o sono e enfrentar o filme! E acho que fizemos uma ótima escolha, pois me amarrei no filme.

É um filme basicamente comportamental. Que fala a história de uma família cujos pais estão se divorciando, e de como isso tudo (querendo ou não) afeta a vida dos filhos. O elenco está muito bom, com destaques para Jeff Daniels (que é o pai intelectual, professor universitário), Jesse Eisenberg (o mesmo do filme A rede social [EUA - 2010]) e a deliciosinha Anna Paquin (a vampira da série X-Men). Os dois últimos no comecinho de carreira.

Chega um tempo em nossas vidas que não tomamos mais atitudes só por nós. Outras pessoas são envolvidas e afetadas por nossas escolhas. Algumas delas de forma que a gente nem consegue imaginar. Na criação de filhos isso é ainda mais evidente. Os pais são, de fato, espelhos e referência para os filhos, pelo menos até a sua adolescência. E esse filme realmente entra fundo no universo dessas crianças e adolescentes que passam por isso. E olhe que, no caso do filme, estamos falando de pais realmente descolados e modernos.

Uma coisa, para mim particularmente, muito massa no filme é que, em certo momento um dos filhos tem que apresentar um número autoral na escola. E o garoto querendo fazer algo genial resolve aprender a tocar a música "Hey You" (do álbum The Wall (1979) do Pink Floyd) e dizer pra todo mundo que a tal música era dele e se inscreve no concurso. Eu, como fã do Pink Floyd adorei! E se você quiser saber que fim deu nisso... Bem... Veja o filme!

Antes de terminar queria confessar um grande pecado de minha parte. Pois imagino que uma das curiosidades desse filme é saber o porquê diabos ele se chama A lula e a baleia. Realmente o filme explica isso em algum momento. E, ao que parece, tem uma ligação enorme com o contexto do filme.

Acontece que esse imbecil aqui resolveu cochilar (eram 2h30!) exatamente no fragmento do filme onde o título era explicado. E fiquei com vergonha de pedir pra voltar o filme só pra eu ver... Então, peço encarecidamente a você que, por acaso, ficou curioso de ver o filme, que o veja e me explique esse mistério.

Estamos combinado?

Assista no vídeo abaixo o trailer do filme "A lula e a baleia" (p.s. - infelizmente não encontrei o trailer legendado):

01 dezembro 2012

Resenha (Filme's): Led Zeppelin - Celebration Day (Reino Unido - 2012)


Filme: Led Zeppelin - Celebration Day (Reino Unido - 2012)
Diretor: Dick Carruthers
Estúdio / Produtora: Omniverse Vision, Warner Music, Swan Song

Meu coração quase para em 2007 quando soube que o Led Zeppelin ia se reunir em um show no O2 Arena, na linda Inglaterra. Me veio a esperança de, quem sabe, depois desse evento, haver uma turnê mundial. Já pensou ir a um show dos caras aqui no Brasil? Venderia um fígado pelo ingresso, juro!

Mas não foi o caso. Na ocasião, ia ser de fato um dia especial de celebração à memória de Ahmet Ertegun, fundador da Atlantic Records. Era um show beneficente. Mas o que esperar de uma das mais cultuadas bandas do mundo? O maior símbolo da década de 70? Nossa! Um único show para 18.000 sortudos. Mais de 20 milhões de fãs disputaram à tapas esses ingressos!

Um evento único desta magnitude deveria ter sido transmitido para o mundo todo! Mas não! Infelizmente...

Esperei 5 anos, e finalmente vi o cartaz no cinema do show em duas únicas exibições. Com mais de três semanas de antecedência comprei os ingressos com minha inseparável companheiras de aventuras Lorena. Que, por sinal, também é minha noiva. E foram três semanas contando os minutos.

Acho muito massa que esteja voltando essa moda de exibir os shows no cinema. Principalmente para caras como eu, que mora em Fortaleza, e não têm muita grana para se aventurar no eixo Rio-São Paulo para ver um espetáculo de grande porte. Então, desejo realmente que estas iniciativas continuem. E pelas salas lotadas dos shows que eu já assisti no cinema, acho que vai vir mais por aí viu.

Então chegou o grande dia. O meu Celebration Day! Ia poder ver num telão, e em auto-volume, meus músicos prediletos.

Entramos na sala 03 do multiplex, 10 minutos antes das 22h, e a sala já estava lotada. Sentamos em duas poltronas laterais e, as luzes apagaram, meu coração bateu mais forte, e começaram mais de duas horas de som cristalino e imagens espetaculares.

Ingresso comprado com antecedência! \m/

Tinha um certo receio de se a energia dos caras no show seria bacana, uma vez que eles já estavam bem velhos. O som do Led exige uma versatilidade quase sobre-humana, fiquei pensando se eles iriam ter fôlego. Mas que nada! Os caras (pelo menos Page e John Paul Jones) estavam com muita sede de tocar ao vivo. Eles de fato estavam adorando a reunião. E isso foi muito claro para quem estava assistindo!

Tivemos direito de degustar todos os clássicos! Eles deram um passeio por quase todos os álbuns. Mas o que para mim mais se destaca neste show foi que, quando eles saiam dos clássicos comuns esperados, sempre revisitavam o catálogo de meu álbum predileto deles: o Physical Graffiti (1975). Penso que essa foi certamente o grande diferencial desse show. E de fato foi uma homenagem bem merecida, uma vez que não há muitos registros deles executando as canções desse disco ao vivo. O que eu achava sempre uma grande injustiça por conta da variedade de sons e experimentos fascinantes que tem nesse álbum. "In My Time Of Dying", "Trampled Under Foot" e "Kashmir" foram as escolhidas do álbum!

Outro destaque foi "For Your Life" e "Nobody's Fault But Mine", ambas do álbum Presence (1979).

No mais, foi uma avalanche de clássicos já esperados! Desde "Good Times Bad Times" à clássica "Stairway To Heaven" que, de tão clássica, é proibida em todo departamento de testes de guitarras e violões em qualquer loja de instrumentos musicais.

Jimmy Page tava tão empolgado que fez até seu apoteótico e místico número de tocar com arco de violino em "Dazed And Confused".

Uma coisa também que foi notório era a grande consideração e carinho que eles têm com o Jason Bonham, filho do falecido baterista da banda John Bonhan, morto engasgado com o próprio vômito em 1980. E pelo desempenho de Jason, o paizão dele deve ter dado umas boas batucadas na madeira do caixão de tanto orgulho.

Enfim, foi um show muito massa! Mesmo sendo uma experiência vivida numa sala de cinema. Mas mesmo assim, assistir em meio a uma coletividade, em uma sala cheia de coroas descolados, acompanhados de seus filhos e netos, todos balançando a cabeça (ou hipnotizados nos momentos dos solos épicos de guitarra), mostra que Led Zeppelin ainda tem fôlego para ser atemporal, e encantar e fascinar plateias por muitas e muitas gerações!

Assista no vídeo abaixo o trailer do filme/show Led Zeppelin - Celebration Day: